(...) Deve ser a centésima vez que relembro, enquanto escrevo esta pequena carta que certamente será recambiada para a secção dos Perdidos & Achados do correio do Cristiano Ronaldo, a primeira vez que te conheci pessoalmente. Atravessei três países europeus para chegar à cidade alemã de Gelsenkirchen, para presenciar o jogo Portugal-México, sabendo de antemão que não irias jogar, mas isso não me impediu. O pensamento de estar a uns pequenos passos de bebé de ti, fez com que o dinheiro que guardei no meu porquinho mealheiro valesse a pena ser gasto – e foi. Não te vi como desejaria, mas vi mais do que pensava ver. Às vezes pergunto-me o que teria acontecido se tivesse estado mais perto de ti. Mas chego à conclusão que esses pensamentos não passam de hipóteses. Tracei o meu caminho na esperança que um dia se cruzasse novamente com o teu. E apesar de já terem passado quatro anos, continuo a acreditar que nos voltaremos a encontrar, porque afinal de contas, foi ao teu lado que eu vivi a minha infância, agarrada às pequenas conquistas de um rapaz franzino oriundo da Madeira, é assim que eu vivo a minha adolescência, a ver no sorriso de um homem e pai do pequeno Cristianinho a minha maior esperança e é assim que eu quero viver enquanto adulta, a saber que te vi evoluir de um miúdo, para um homem e para um idoso – tu és o que de melhor tenho na minha vida.
Da tua (sempre) fã
Ana Marta.
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